segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Minha manhã


Bom dia,amores...
Minha manhã me nasceu cheirando a café de bule e me lembrou a minha mãe:
-Crianças,levantem que o sol já tá alto...
um galo cantou lá longe...foi acompanhado de outro,e mais outro...Me fez pensar na minha amiga Márcia Cristina Páscoli que agora acorda sem galo...
Uma brisa passa suave inundando a casa de manhã e claridade...
É  a semana chegou gostosa, pois já anuncia as festas e as comidas de Natal...
Mãe fazia novena pro menino Jesus ...Era na capela do sítio vizinho ....Um hino ficou em mim e quando a saudade me surpreende ,assim de manhã,meu coração canta baixinho :
"Estou pensando em Deus ,estou pensando no amor...
Tudo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia,se as mães fossem Maria, e os pais fossem josé ,e a gente parecesse com Jesus de Nazaré...
Estou pensando em Deus...Estou pensando no amor...."
Beijos de café de bule com canto de galo e hino de novena de Natal!


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Minha história...


Boa noite,amores...
Quando eu peço que respeitem a minha história de vida,não peço só por mim...É que a minha história envolve muitas outras vidas...
Minha história tem muito a ver com minha avó que era índia ,não tinha sobrenome e foi mãe solteira numa época em que não existiam mães solteiras...Penso que dela herdei meu espírito livre e desafiador...
Trago na bagagem um pouco do meu pai ,que não conheceu o próprio pai e trazia na certidão a marca do abandono"filho natural de Rita Pereira"...Um homem forte trabalhador que andava de galochas e chapéu de palha e que deixou em mim  a ternura do sertanejo que tange o gado de dia ,e acaricia a viola ,quando o sol se põe...
Tenho de outro lado a pureza de meu avô ,pai da minha mãe,que lia  histórias para os filhos e tinha um par de olhos azuis...A mim,deu-me a pele branca ,cabelos avermelhados e certo gosta pelas letras...
Meu avô de olhos  azuis  se encantou pela cabocla de olhos negros  e lindos...dela ficou-me o olhar e  um certo jeito rebelde...
Minha história começava,muito antes de eu nascer...Lá nas terras de Cruz-do-Cedro...O filho da mãe solteira ,que tinha os olhos verdes,quem pode dizer por que....Encontrou a minha mãe,que era gente de nome...Minha mãe era a bondade,a ternura de mulher,lavava roupa no poço ,tirando a água com balde e cantarolando e sonhando...Desta santa ,tenho pouco só mesmo o amor pelos filhos que com ela aprendi...
Sou filha destas histórias,sou guardiã desta herança...E sei que a partir de mim começa uma nova história...
Beijos!
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tem dias...


Tem dias...
  Tem dias que acordo meio assim,
Te querendo perto de mim...
Tem dias que nem sei bem o que quero,
Só sei que te busco,te espero...
Tem dias que não tem remédio,
É um vazio,um luto,um tédio...
Tem dias que a vida me maltrata,
Uma falta,um silêncio que mata...
Tem dias que não dá pra ser só eu,
Preciso me sentir nos braços teus...

domingo, 25 de novembro de 2012

As Migalhas do teu pão



As Migalhas do teu pão

Abro a janela e saio para a sacada, preciso ver as crianças que brincam... Olhar o barulho das crianças e sentir o cheiro do sol batendo no mato verde e pisoteado do campinho, me traz uma sensação deliciosa.

Como se o calor do sol trouxesse de volta aqueles dias tão quentes. Dias que desfrutava da luz daquela mulher que deixou em mim este oco frio e escuro.
Aguardem as próximas partes...

Uma vez, andando pelas ruas chuvosas da cidade de São Paulo, tomei-lhe o braço, para que nossos únicos guarda-chuvas desse abrigo aos dois. Tarefa difícil tentar proteger da chuva quem adorava uma aventurazinha urbana.Já estávamos totalmente molhados,quando ela se enfadou com o aguaceiro e me pediu algo quente para beber.

Já dentro da lojinha de café e lambendo os lábios,a fim de recolher uma gotinha de cappuccino que escorria ,confessou-me toda séria: "Minha pele pede o sol, preciso encontrar um lugar melhor para viver. Conhece um lugar onde a primavera e o verão dure para sempre, e o sol nunca se ponha no horizonte? Ah, essa mania que ela tinha de inventar coisinhas bonitas para dizer nas horas mais impróprias, deixavam-me completamente fascinado por ela.

E, aí, eu pergunto a quem me lê: que outra pessoa no mundo falaria de sol num momento destes?Somente alguém tão luminoso para falar de sol, e me fazer sorrir numa situação daquelas. Eu me encontrava perdido e ensopado nas ruas de uma cidade escura e violenta. Quando ela sorriu dobrando o casaco molhado, minha alma se aqueceu toda daquela luz que emanou dela. Eu era, até então, um mendigo sujo e molhado que acabava de ser surpreendido por uma muda de roupas secas e limpas e finalmente me sentava á beira de uma lareira...

Gosto de pensar nas coisas agradáveis que vivi com ela, enquanto meu olhar perdido na janela nem percebe que pessoas passam, e me olham. Para quem passa, sou apenas um homem em uma sacada que dá para um campinho, onde crianças brincam e nem se incomodam com um homem que olha.

Eu queria, eu devia ser uma destas crianças e ainda poder brincar, mas a vida tornou-me homem tão cedo. Homem que neste momento precisa sair da janela, tomar um café, ligar o computador e encarar a idéia de que já cresceu e não pode mais alimentar-se de sonhos.

É exatamente quando é hora de encarar o lado duro da vida é que ela me faz mais falta.
Olhando agora com este forçado distanciamento que a vida nos impôs, penso que mais do que a ela própria o que eu amava era o cheiro de vida que exalava dela. Aquela vida que me faltava, aliás, que ainda me falta. Aquela vida que ela conseguia transplantar em mim, quando; estando ao sol,sorria,ajeitando lindamente os óculos escuros.

Saio da janela e entro no meu mundo real. O mundo das coisas que não controlo. Este mundo que não me permite parar e olhar as janelas dos meus dias.

Posso resgatar agora do baú de minhas lembranças o momento em que a conheci. Ela subia as escadas da faculdade com vários livros nas mãos. Pude saber mais tarde que os livros eram sua segunda paixão, claro que depois dos raios de sol. Na segunda vez que a encontrei na mesma escadaria, quis fazer o papel do colega simpático e sorri timidamente olhando para ela. Todas as outras, ela parou e me disse, com aquele seu jeito que depois pude tanto experimentar e amar: "É da minha turma de Literatura, não é?"

Se tivessem a sorte de que eu tive de encontrá-la naquela tarde de verão, com seus óculos escuros segurando com tanta graciosidade o corrimão; Quem sabe, entenderiam a intensidade da saudade que sinto dela neste momento.

Ela era destas pessoas que nos entram pelos sete buracos da nossa cabeça e, sem o menor pudor, nos toma até a última célula do corpo.

A verdade é que quando me dei conta toda a minha corrente sanguínea estava envenenada pela essência dela.

Assim, do nada, nos tornamos quase um. Nossos amigos costumavam dizer que já não era mais possível saber onde terminava um,e começava o outro.Eu,de minha parte ,desconfiei desde o início ,que ela nunca se deixara misturar a mim,mas era eu que havia mudado a alma de corpo,ou o corpo de alma.
Acontece que, antes deste nosso encontro, eu havia tido outro encontro. O conflito desta narrativa se instala aqui, e já aviso, se quiser parar de ler a história; não o julgarei mal, caro leitor ou leitora, pois como se trata da vida real e não de uma tele-novela, não haverá um momento de grande emoção. Não prometo a quem me lê ,nem mesmo um bom desfecho .Eu mesmo que narro a minha história rogo a Deus ,que é o narrador onisciente da minha narrativa ,que esta história não termine ,como lhes contarei que ela terminou...

Eu, que já sou homem maduro e calejado, espero ainda um final feliz. Eu mereço um final feliz.
O outro encontro que já havia acontecido em minha vida fora com outra mulher maravilhosa. Por isso foi tão doloroso tudo isso.Penso ,agora,que se meu primeiro encontro tivesse acontecido com uma mulher qualquer ,talvez,fosse um homem feliz e realizado hoje.

Nunca entendi o porquê de a vida ter presenteado a mim com as duas mulheres mais perfeitas e adoráveis, mas exatamente no mesmo momento... Nunca conseguiria escolher uma delas e perderia as duas.Meu coração já pressentia a dor que viveria,quando a escolha se fizesse naturalmente,como de fato ocorreu.
Por algum tempo,consegui flutuar,hipnotizado,pelos dois mundos ideais.Elas era tão diferentes em tudo,que fizeram-me o homem mais completo do mundo,bem verdade que por um brevíssimo período.
Sabem ,todos vocês que acompanham minha emocionada e enjoativa narrativa,que nossa cultura não vê com bons olhos as famílias poligâmicas ,mas confesso que desejei ter nascido em alguma parte do mundo ,onde esta estrutura familiar fosse vista com naturalidade.

Decidir viver plenamente ao lado de uma era abrir mão do paraíso que a outra me proporcionava. Viver sem uma delas seria abrir as portas do inferno.

Uma era a quietude das tardes de domingo, mas como viver quieto após ter conhecido o desassossego da outra?

Necessitava desesperadamente da ousadia de uma para voar, porém era a sensatez da outra que me devolvia à terra firme, quando precisava.

Fui, por aqueles maravilhosos tempos, a Ismália enlouquecida das minhas aulas de poesia: queria a lua do céu, queria a lua do mar...

Desnecessário explicar que toda mulher, seja ela da cultura que for, deseja ser a dona exclusiva do seu homem. E, eu só fazia era retardar o momento que voltaria a ser um homem solitário e incompleto.
Foi então que, no final daquele ano tão ardente, vi meu sonho de menino chegar-me embrulhado para presente. Eu fui convidado para trabalhar no interior do Estado. Acho que ainda não contei que sou formado em música, mas lecionava Língua Portuguesa, que é minha segunda formação e paixão. Não resistiria ao sonho de ensinar música para crianças...

Quando contei para uma delas sobre o convite, apenas, me disse: "será que precisam de uma professora de línguas por lá?”. Claro que largaria todos os sonhos dela para que eu realizasse o meu. A vida dela era a minha vida.

A outra também não me surpreendeu. Olhou-me com os mesmos olhos misteriosos que encontraram os meus naquele segundo encontro, na escada daquela faculdade, onde vivi os anos mais preciosos de minha pacata vida. Penso, eu que tinha um ar triste. Falou-me devagar e muito certa do que dizia, como se na sua sabedoria feminina, tivesse estudado a sua fala. Só aguardava o momento de chicotear-me o coração com o golpe final:"Se precisa ir,vá,mas trata de ser feliz.".Eu tenho a impressão de que fora naquele exato e trágico momento que comecei a amá-la desta louca forma como a amo agora.

Quem escreveu a minha história foi realmente cruel com seu protagonista. Como pode me permitir saber somente naquele momento que era ela a minha metade verdadeira?

Se pudesse, parava neste ponto, não o faço por respeito aos, que acredito poucos, que solidários a minha dor ainda esperam pelo mais que presumível desfecho.

E foi naquele começo de ano que escolhi viver para sempre oco, pois com ela deixei a minha essência naquela chuvosa tarde de janeiro...

Eu sei que não deveria confessar este pecado. Se os meus leitores e leitor

As já me tinham como fraco, entrego de bandeja, agora, toda a fragilidade do meu ser. Mesmo sabendo que tudo estava perdido disse a ela: "Vem comigo também... preciso de você demais..."

E, ela, que estava com a cabeça baixa e cobrindo o rosto com as mãos, levantou-se e tomou-me as duas mãos, fez ainda um carinhozinho nelas: "O que poderia me oferecer?

Tuas migalhas?Achas que poderia contentar-me das migalhas do teu pão?

Foram as últimas palavras que ouvi da boca dela. Saiu pelo corredor molhado pela chuvinha fina ,insistente.Ela,justo ela,que era o meu sol,a minha luz...desenlaça suas mãos das minhas num dia de chuva.Que maldade de quem controla o meu destino.

Sabe que agora, começo a me lembrar de alguns detalhes daquele dia tão molhado, que deixou a minha alma encharcada pela ausência dela. Uma imagem me surge á memória.Eu me lembro nitidamente que chovia,mas também me lembro que quando ela chegou ao fim do corredor,uma luz tão forte ofuscou-me os olhos...desconfio que o sol que vivia escondido dentro dela,já estava de volta.A mulher que saia pra rua e deixava o portão entreaberto,era a mesma que me fez sentir o melhor homem da terra ,naquela tarde de verão,quando experimentei o seu primeiro sorriso cheio de luz.

Estou de volta à janela, e as crianças já se recolheram com seus gritos e seus cabelos sujos de sol. E um pensamento me chega e me faz rir sozinho. Acho que ela adoraria fazer este comentário a respeito da minha vivência com ela.No último encontro,como já contei a vocês,disse que me deixava ,pois não viveria das migalhas que eu queria dar a ela.Ainda bem que ela não sabe,e espero que nunca saiba,e este é o lado bom da gente nunca mais ter -se encontrado.Ela não sabe,mas ainda hoje,tanto tempo depois,eu sobrevivo das migalhas ,das poucas migalhas que ela me deixou...

É claro que o sol está se pondo no horizonte... Esperei por este momento para terminar a minha história...Fecho a janela da alma,lá dentro,a vida real me espera sentada
na sala de visitas.

FIM


  
 
       

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Querida,posso entrar?

Querida,posso entrar?

Nunca terminamos ,pois não houve para nós um começo,um marco que pudesse indicar o início de nossa história...
 Já cheguei a ter certeza de que fora num aniversário meu,quando me mandou umas sementinhas de flores e junto um bilhetinho:"Como uma flor seria pouco pra te homenagear,mando-te  todo um jardim.PS:As borboletas,abelhas e beija-flores serão entregues na primeira manhã da próxima primavera"
Outras vezes,penso que me engano.Antes do bilhetinho ,houve um poeminha esquecido de propósito dentro de um livro do Vinícius ...Quanta ternura!Encontrei  aquele papelzinho  azul,dobradinho e delicadamente acondicionado junto a fitinha dourada que marcava um soneto de amor.Três versinhos tímidos no meio daquela imensidão azulada:
"Eu sinto sede,amor,
Deixa-me ser
Teu beija-flor?"
Quem se importa com datas,marcos oficiais?Nem eu mesma...O que me incomoda é viver sem estas pequenas ternurinhas...Estas cariciazinhas tão doces que ele fazia-me na alma .
E,agora,vendo-o de malas prontas,a um passo da porta da rua....Sei que o coração dele já mudou de casa,mas ele espera ,ali parado.Espera pelo meu perdão,pela minha benção...
Não pedirei que fique.Cumprirei solenemente o meu papel,porém não trancarei a porta.
Tenho pra mim que ,quando eu menos esperar,me surpreenderá com o mesmo sorriso de  menino que reencontra seu brinquedo velho .E há de me dizer com aqueles olhos cheios de saudades:
"Querida,posso entrar?"



sábado, 3 de novembro de 2012

Morangos vermelhos

Bom dia,amores...Ontem à noite,minha filha Paola entrou no meu quarto com três livrinhos novos nas mãos..
"Mãezinha,leia pra mim..."
O pai dela disse:
"Filha,a mãezinha está com dor,não pode ler hoje..."
Ela sentou na minha cama e falou:
"Hoje eu vou ler os três livrinhos para vocês,o do morango vermelho,o da menininha estrela e o de poesia...'
Ela começou a ler...
"Mãzinha,olha que morangão...o r

ato quer pegar o morango...aqui é s mesmo,ou é z..por que tem dois tipos de s..."
A Paola demorou cerca de três horas para ler os livrinhos para nós
...Ia enroscando nas palavras...mostrandos as imagens...tecendo comentàrios....virando de ponta-cabeça...
Enquanto ela lia para os pais,o Cauan,Carlos e Beto assistiam a um filme na salinha...Bem baixinho para não acordar a irmã mais velha que precisa dormir cedo para fazer o ENEM (ela quer entrar no curso de medicina)...
Eu estava ali...deitada...com muita dor mesmo ,mas imensamente feliz...
Um pensamento me ocorreu nesta hora....Quando as pessoas me perguntam:"Por que vcs quiseram adotar 5 crianças.?..poderiam ter uma vida tão tranquila só os dois"
Acho que se estas pessoas pudessem sentir a felicidade que eu sentia naquele momento,jamais me perguntariam isto...
A Paola terminou de ler os livros e falou para nós dois:
"Fiquei com vontade de comer o morango vermelho do ratinho...Mãezinha vamos comprar morangos amanhã...morangos vermelhos...
Filha,vamos comer todos os morangos que e houver nesta cidade...
Beijos,com sabor de morangos vermelhos a todos!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Quem roubou minhas manhãs?

Bom dia,amores...Ah... este ventinho gelado que me bate agora,entrando pela janela...este cheirinho de café fresco me faz viajar pelas manhãs de outrora...
"Alô...é o Zé Betio"
"Fala,Zé!'
" Falo,falo,sim..!"
'Dona Maria,joga àgua nele  que é hora de acordar..."
Não precisava...Meu pai já estava no curral tirando leite da vaca..leite que espumava e enchia de neve o balde de alumínio
Mãe, já tinha feito o café no fogão a lenha...soprando de mansinho para o fogo se animar..O café colocado em dois bules:forte para os grandes,fraco para os pequenos...
Eu ficava ouvindo o rádio da cama...Que sensação maravilhosa de segurança me invadia..
Acordei ,hoje,adulta com o alarme do celular androide...
O Zé Betio não mora mais dentro do rádio do meu pai...
O meu café não tem o cheiro do pó socado no pilão..
Olho na janela e pergunto aos passarinhos que fazem festa no jardim?
"Quem roubou minhas manhãs?"
Beijos!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sobre Deus


   Ultimamente fui acometida por uma imensa paixão pela humanidade.Nunca desejei tanto que Deus existisse como desejo agora.
     Eu não queria o Deus das minhas aulas de catequese.Aquele Deus carrancudo,de barbas brancas e longas,de caneta em punho e anotando os meus gravíssimos pecados.
     O Deus da minha mãe também não daria conta de perdoar tanta gente.Ele era tão piedoso e compreensivo comigo.Naqueles dias tão luminosos,cheios de quintais coloridos e cheirando a fruta madura no pé;que mais poderia fazer,a não ser pecar e pedir perdão.Passava os dias a saltitar pelos pecaminosos pomares,lagos, matos e veredas que povoavam o cenário da minha idade mais santa.As noites eu gastava a apertar os joelhos frágeis contra o chão de terra de terra batida,enquanto os lábios devotos recitavam as ave-marias.
     Não sei dizer como era o Deus da minha adolescência e juventude ,pois nunca o encontrei.E o procurei  nas missas de domingos ,nos altares impecavelmente brancos e bordados .O padre sempre me pedia para louvar e adorar a Deus,mas eu,na minha rebelde busca por respostas,recusei a aceitar um Deus que desejava tanto ser adorado;enquanto eu,tão frágil e mortal,enfrentava sozinha, e sem louvor ou adoração todas as mazelas do mundo.
     Hoje,com a serenidade que a maturidade conseguiu resgatar-me da infância,sinto falta de Deus.Percebo que a humanidade vaga sozinha à espera de um Deus que a resgate de suas próprias fraquezas .
     O Deus que imagino e desejo para todos nós é um gentil pastor que voltará para reunir o seu rebanho.Ele nos chegará em uma fresca tarde de primavera e ,ao invés de nos perdoar os pecados,nos pedirá perdão.Tomará nos braços cada filho e resgatará um a um ,até que todos estejamos livres das misérias do mundo ,onde um dia,Deus nos abandonou.
     E,assim,de volta à nossa casa definitiva,daremos as mãos e cantaremos hinos de amor, louvando e adorando a Deus além das esferas celestes.

domingo, 21 de outubro de 2012

Prova de Amor


 
 
                                           Mô,dá-me uma prova do teu amor!
           Deixa-me dormir debaixo do teu cobertor!

Declaração de Amor

                                              

                                      Declaração de Amor


Quero surpreender a ti,
Do modo mais prosaico,
Pueril e cotidiano...
Tipo assim:Bom dia,eu te amo!
 




sábado, 20 de outubro de 2012

  • Canção da Amiga

        

    Tive sempre o melhor de ti,

    Não reclamo.

    Se à outra foste o homem,

     A envolver nos braços a menina,

    A mim foste  o menino,

    A dormir no meu colo de mulher.

     

    Tive sempre o melhor de ti,

    Não reclamo.

    Se à outra deste flores,

    Nome e fotografia;

    A mim deste os teus versos,

    Teu ritmo e melodia.

     

    Tive sempre o melhor de ti,

    Não reclamo.

    Se á outra  entregaste o corpo:

    Certeza de brevidade.

    A mim entregaste a alma:

    Promessa  de eternidade! 

     

     

                                                       




        




O último pedido

Mas...se tens mesmo que ir,faço-te um ultimo pedido:
Nao devolva-me a chave do meu coraçao;que elas encontrem a ferrugem,ainda em tuas maos..
Se pretendes ir,va...mas va sabendo ,
Que foste o ultimo a adentrar as profundezas do
meu verdadeiro eu...
Rosana Gonella

Chove!

Chove, chuvinha mansa...alegra o meu jardim
Leva toda a poeira de dentro de mim...
Chove,gostosamente,
Molha minha alma adolescente,
Ah,leva esta aridez cruel,
Lava minha vida com água lá do céu...

As Duas Loucas

AS DUAS LOUCAS
Rosana Pereira

Dentro de mim moram duas loucas. Uma se denomina Sensatez e a outra Ousadia. A Sensatez é calma, prestativa, gosta de ficar em casa e fazer coisas simples. Ousadia é toda agitação e vontade de viver coisas grandiosas.
O sonho de Sensatez é ser professora, casar-se com um moço gentil e ter muitos filhos. Ousadia sonha em viajar, conhecer outras formas de vive

r, de pensar e agir. As duas gostam muito de ler romances. Mas cada uma tem o seu estilo.Sensatez lê José de Alencar. Aprecia o seu jeito doce de descrever as coisas. Ela acredita que Alencar, assim como ela, sabe ver o lado belo e delicado de tudo. Já Ousadia prefere Machado de Assis. Ela se encanta com a coragem do autor ao apresentar o ser humano totalmente despido de máscaras sociais, deixando à mostra suas grandezas e miséria.
Sensatez é moça prendada e mantém tudo sempre em ordem. Ousadia é desobediente e sente um enorme prazer em parar com tudo o que está fazendo, sentar-se e ler um poema de Fernando Pessoa.
Durante a minha infância e adolescência, as duas brigavam muito, para tentar impor suas vontades. Às vezes, uma liderava por um tempo, mas a outra logo percebia. Em um certo momento de minha vida, senti falta de Ousadia. As coisas andavam muito amenas, por muito tempo. Descobri, sem querer, que a Sensatez havia vencido a luta e prendera a Ousadia em um quarto. E ela não conseguia mais sair.
Mas, aconteceu, então, que em uma fresca tarde de primavera, Sensatez estava distraída, e a ousadia fugiu do quarto. Foi um período atípico para mim. A ousadia tomou conta de mim e realizou coisas inusitadas. Coisas, estas, que deixavam Sensatez completamente atônita.
Então, Sensatez elaborou um plano minuncioso e convenceu a Ousadia de que ela era louca e deveria ficar trancada em um quarto para sempre. A Ousadia fez de conta que acreditou, para ganhar tempo e escapar de uma vez por todas das garras da Sensatez.
Hoje em dia, a vida das duas é incompleta. Sensatez vigia constantemente para que a Ousadia não fuja outra vez; Ousadia passa os dias pensando em um modo de se livrar da Sensatez para sempre...

Rosana, 30 de Abril de 2008.

Dia de Nossa senhora Aparecida

Hoje ,acordei com barulho de rojões ...Então,me lembrei que era dia de Nossa Senhora Aparecida.Esta lembrança me trouxe uma saudadezinha gostosa...Minha alma viajou no tempo,no tempos de criança ...Ví minha mãe com o terço nas mãos dizendo"Vamos rezar pra Nossa Senhora dar saúde pra todas as crianças do mundo".Meu pai tirando o chapéu de pallha, apertanto-o contra o peito,com os olhos molhados,con
cordando com o seu silêncio.E,nós ajoelhados ,de olhos fechados e corações puros,com aquela fé ingênua que só as crianças podem ter,repetíamos fortemente "Ave-Maria ,cheia de graça..."
O barulho dos rojões silencia ,e ouço as falas dos fiéis ...minha infância se foi outra vez...e junto dela levou,de novo,minha mãe religiosa e devota de Maria;meu pai calado e respeitoso;minha fé ingênua e verdadeira...Ainda bem que o tempo deixou em mim meu coração de criança ...
Fecho os olhos,meus filhos me chamam para ver o filme do dia Das crianças...Repito interiormente várias vezes "Ave-Maria,cheia de graça...Obrigada,meu Deus"

Aos professores,


Todo professor é, antes de tudo, um sonhador. Valentes sonhadores feito o famoso Dom Quixote.

Todos os dias, os bravos cavaleiros vestem suas arcaicas e enferrujadas armaduras e partem para suas batalhas infinitas. Carregando consigo seus poucos apetrechos: a lança do conhecimento, o elmo do amor e o escudo da razão.

Montados no cavalo da esperança, seguem numa c

ontínua e lenta cavalgada em busca de seus moinhos de vento. Eles sabem que a caminhada é longa e árdua, e a luta nem sempre valorizada pelos outros. Não esperam medalhas, nem glórias. Só desejam seguir em frente. Para a luta nasceram: para a batalha se prepararam; por esses ideais vivem e morrem.

E assim, de batalha em batalha, dia após dia. Ora vencendo, ora perdendo. Prosseguem...semeando um sonho que um dia haverá de ser real.

Professora Rosana Pereira.

Quando fores...

Por favor,Não va de uma so vez!
Desacostume,aos poucos ,de tuas ternurinhas...
Ah..comece por nao preparar o meu cafe quase sem açucar...
E,quando deixar de encostar teus pes nos meus,
para me aquecer...Sera a deixa ...Saberei que estara quase indo...
Por favor,nao saia com o sol...
deixe pra sair de madrugada,
Desça as escadas em silencio...
Por favor,deixe a porta entre-aberta,
Para dar a impressao de que nunca foi embora...
Rosana Gonella

Sábado

SÁBADO
OS DIAS FRIOS,CHUVOSOS ME SURPREENDEM COM UM AROMA DE OUTROS TEMPOS...
NAQUELES DIAS,A VIDA ERA MÁGICA.A GAROA...FININHA,ROÇANDO TIMIDAMENTE O JÁ
CANSADO TELHADO.
MENINA,NA MINHA INGÊNUA FELICIDADE,ACREDITAVA CONTER NAS MÃOS O FUGIDIO
DESTINO.
SEMPRE ERA SÁBADO EM MINHA EXISTÊNCIA...E SEMPRE CHOVIA.
NESTES DIAS,TRAVAVA EU,UMA BATALHA SEM FIM COM AS FIGURAS ESTRANHAS QUE A
CHUVA CRIAVA AO T

OCAR SOLENEMENTE A TERRA.DAVA-LHES O NOME DE "HOMENS DE
CHUVA".
INSTALAVA-ME Á SOLEIRA DESGASTADA E ESTREITA DA VELHA PORTA DE
MADEIRA,FICAVA NA PONTINHA DOS PÉS,NA VÃ TENTATIVA DE SURPREENDÊ-LOS.
MEU IRMÃO,MAIS VELHO,CONHECEDOR DE OUTRAS CHUVAS E DE OUTROS
TELHADOS,TENTAVA ALERTAR-ME:
-TOLA,NÃO SABE.ENTÃO,QUE NUNCA CONSEGUIRÁ TOMÁ-LOS?ELES SÃO COMO O NOSSO
DESTINO;QUANDO PENSAMOS CONTÊ-LOS,NOS ESCAPAM PELOS VÃOS DOS DEDOS...
EU ,QUE JÁ NA TENRA IDADE PREFERIA EXPERIMENTAR DAS MINHAS PRÓPRIAS
VERDADES,CONTINUAVA COM AS MINHAS CHUVAS...COM OS MEUS SONHOS.
DENTRO DE MIM ,JÁ HAVIA SE INSTALADO A SUTIL SENSAÇÃO DE QUE UM DIA
,HAVERIA DE TORNAR-ME MUITO ÁVIDA,E MAIS VELOZ DO QUE AQUELES EFÊMEROS
"HOMENS DE CHUVA".
PORÉM,O TEMPO FOI SAGAZ E MUITO MAIS VELOZ DO QUE TODOS NÓS.ELE LEVOU A
TODOS OS MEUS "HOMENS DE CHUVA" ANTES QUE EU PUDESSE TOCÀ-LOS.ESSE VILÃO QUE
ATUA EM TODAS AS HISTÓRIAS.E QUE ,IMPIEDOSAMENTE,ME FAZ ESTAR ESCREVENDO
HOJE,TÃO TRISTE, OLHANDO PARA ESTAS PAREDES NUAS...SEM DESTINO...SEM
CHUVA...SEM SÁBADO...SEM SONHOS...SEM NADA...

CESÁRIO LANGE,11 DE MAIO DE 2007

O vento

Ha silencio na rua,posso ouvi-la calma e triste...
O vento ja levou todas as folhas secas,todos os passos que passaram ,mas ele insiste...quer levar mais e mais...
Oh,vento ,leva minhas dores,meus dias tristes,minha falta de vida...
O vento passa...nao me olha...o vento e serio...
Num sussuro ,irritado,me diz"Dorme,mulher,que tenho mais o que fazer.

Vai ficar tudo bem...

"Alô...quem?"
"Sou eu,amore..."
"Nossa,já te pedi pra não ligar ...Não posso atender agora."
"É que preciso que me diga que vai ficar tudo bem."
"Já.disse...Não posso falar agora..."
"Preciso ouvir agora,vai,more..diga que vai dar tudo certo"
"Eu estou ocupado ...e me vem com estas bobeiras,estas horas..."
"Será tão difícil,caramba?Diga uma vez na vida o que eu quero ouvir!"
"Amor,amore,mô ,vai da

r tudo certo...vai ficar tudo bem..."
"Que lindo...Eu te amo.."
"Ah..bebê,eu é que amo este teu jeito de me dizer que me ama.."
"Amore...vc estava ocupado..desculpa..te atrapalhei.."
"Dane-se..a reunião..eu te amo bebê..."
"Amo.."
"vai,me conta tudo.."
Rosana

Sou uma pessoa pequena

   ..Peço desculpas a todas as pessoas grandes e sérias...é que ainda não me tornei uma pessoa grande e não levo a vida tão a sério...Sei que, às vezes ,deixo as pessoas sem respostas por causa desta minha mania de querer encontrar a água no deserto da vida...A minha vida também tem sido um grande sertão,como a vida de todo mundo,quem sabe,eu olhe somente as veredas floridas e desvie 

Histórias...


Boa tarde,amores...Mais uma história das minhas aulas de leitura:
Hoje de manhã,ei li com uma das minhas turmas o livro"Histórias que a Menina-serpente contou"de Ilma Maria Canauna e Fábio C.dos santos .É um livro que reconta as histórias da tradição oral africana,um encanto...

Antes que se vão...


Estou abraçada a um monte de folhas soltas de caderno...São folhas dos mais variados cadernos.Algumas são simples e totalmente brancas,outras com coraçõezinhos,anjinhos,frescurinhas...Cada uma traz o cheiro das mãos que a marcou c.om letras tortas ou bem desenhadas.Mãos que ajudei a acostumar-se com o desafio do lápis e da caneta...
Acabo de corrigir os os textos dos alunos dos nonos anos,pr
eciso dormir,mas não conseguirei dormir sem antes escrever o que estou sentindo agora.

Minhas memórias

Cesário Lange, minha primeira cidade

    Quando a vi pela primeira vez,através dos olhos de uma criança,era ainda uma mocinha que ensaiava os passinhos de salto alto ás margens do estradão.
    Eu,menina de pé no chão e cabelos sujos de sol, vivia minha vidinha de criança de sítio a brincar com bonecas de milho verde e correr pelos pastos .
    Ao contemplar a cidadezinha com suas poucas ruas ,seus homens de chapéu de palha e

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Boa tarde,amores...Que todos os  que lerem os meus escritos,ou seja,minhas daninhezas literárias o façam com o olhos e a pureza das crianças ,pois não sou escritora,apenas gosto de escrever minhas impressões sobre o mundo e as coisas do mundo...Beijos!