De onde vens?
De onde vens,menino-poeta?
Quanta ousadia!Invadir,assim
Minha ilha tão secreta.
Vens da aldeia de Pessoa,
Por onde não passa o Tejo,
E a vida não corre à toa?
Quem sabe caíste da nau de Camões,
Embriagado por Baco, foi salvo pela deusa,
Enquanto Mercúrio salvava os ladrões.
Vai ver,tu vieste das sonâmbulas terras,
Dos poetas tristes,de secas paisagens,
Pais da liberdades ,e filhos da guerra
Vieste de longe,num barquinho à vela?
Será que partiste da Terra do Nunca,
Ou lançaste a proa do mar de Florbela?
De onde vens,não importa!
Se os deuses te enviam,
Abro-te as portas.
Sentemos na areia,fitemos o mar.
Gozemos do tempo,que o sol já se põe,
E o ombro da noite carrega o luar!
Se queres ficar,te dou companhia.
E,em troca te peço,
A tua poesia!